SOPA DA PEDRA (Almeirim)
A receita
Ingredientes (para 8 a 10 pessoas):
• 1 l de feijão encarnado • 1 orelha de porco • 1 chouriço de sangue • 1 chouriço de carne • 150 ...g de toucinho entremeado • 750 g de batatas • 2 cebolas • 2 dentes de alho • 1 folha de louro • 1 molho de coentros • Sal e pimenta •
A receita
Ingredientes (para 8 a 10 pessoas):
• 1 l de feijão encarnado • 1 orelha de porco • 1 chouriço de sangue • 1 chouriço de carne • 150 ...g de toucinho entremeado • 750 g de batatas • 2 cebolas • 2 dentes de alho • 1 folha de louro • 1 molho de coentros • Sal e pimenta •
Preparação:
• Se o feijão for do ano, não necessita de ser demolhado. Se for duro, põe se de molho durante algumas horas.
• Escalda se e raspa se a orelha de porco.
• Leva se o feijão a cozer em bastante água, juntamente com a orelha, os chouriços, o toucinho, as cebolas, os alhos e o louro. Tempera se com sal e pimenta. Se for necessário, junta se mais água a ferver.
• Quando a carne estiver cozida, retira se e introduzem se na panela as batatas cortadas aos quadradinhos e os coentros picados. Deixa se cozer a batata.
• Assim que se retirar a panela do lume, introduzem-se as carnes previamente cortadas aos bocadinhos e uma pedra bem lavada que deve ir na terrina.
Esta sopa foi uma criação de Zé Toicinho (criador do Restaurante com o mesmo nome) de Almeirim. A inspiração foi buscá-la a uma lenda popular de que já Teófilo Braga havia construído o seu conto (ver: http://bit.ly/1RoqOD0)
Mais Receitas em http://on.fb.me/1Z8mIo9
(Retirada de “Receitas e Sabores dos Territórios Rurais”, editado pela Minha Terra - Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local, disponível em bit.ly/1NlkqxU)
A lenda
O caldo de pedra
Um frade andava no peditório. Chegou à porta de um lavrador, mas não lhe quiseram aí dar nada.
O frade estava a cair de fome e disse:
-Vou ver se faço um caldinho de pedra.
E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para ela, como para ver se era boa para um caldo.
A gente da casa pôs-se a rir do frade e daquela lembrança. Diz o frade:
-Então nunca comeram caldo de pedra? Só lhes digo que é uma coisa muito boa.
Responderam-lhe:
-Sempre queremos ver isso.
Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, pediu:
-Se me emprestassem aí um pucarinho...
Deram-lhe uma panela de barro. Ele encheu-a de água e deitou-lhe a pedra dentro.
-Agora, se me deixassem estar a panelinha aí, ao pé das brasas...
Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, disse ele:
-Com um bocadinho de unto é que o caldo ficava a primor!
Foram-lhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa pasmada com o que via.
O frade, provando o caldo:
-Está um nadinha insosso. Bem precisa duma pedrinha de sal.
Também lhe deram o sal. Temperou, provou e disse:
-Agora é que, com uns olhinhos de couve, ficava que até os anjos o comeriam.
A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves. O frade limpou-as e ripou-as com os dedos e deitou as folhas na panela. Quando os olhos já estavam aferventados, arriscou:
-Ai! Um naquinho de chouriça é que lhe dava uma graça!...
Trouxeram-lhe um pedaço de chouriço. Ele pô-lo na panela e, enquanto se cozia, tirou do alforge pão e arranjou-se para comer com vagar. O caldo cheirava que era um regalo.
Comeu e lambeu o beiço.
Depois de despejada a panela, ficou a pedra no fundo.
A gente da casa, que estava com os olhos nele, perguntou-lhe:
-Ó senhor frade, então a pedra?
-A pedra... Lavo-a e levo-a comigo para outra vez.
E assim comeu onde não lhe queriam dar nada.
• Se o feijão for do ano, não necessita de ser demolhado. Se for duro, põe se de molho durante algumas horas.
• Escalda se e raspa se a orelha de porco.
• Leva se o feijão a cozer em bastante água, juntamente com a orelha, os chouriços, o toucinho, as cebolas, os alhos e o louro. Tempera se com sal e pimenta. Se for necessário, junta se mais água a ferver.
• Quando a carne estiver cozida, retira se e introduzem se na panela as batatas cortadas aos quadradinhos e os coentros picados. Deixa se cozer a batata.
• Assim que se retirar a panela do lume, introduzem-se as carnes previamente cortadas aos bocadinhos e uma pedra bem lavada que deve ir na terrina.
Esta sopa foi uma criação de Zé Toicinho (criador do Restaurante com o mesmo nome) de Almeirim. A inspiração foi buscá-la a uma lenda popular de que já Teófilo Braga havia construído o seu conto (ver: http://bit.ly/1RoqOD0)
Mais Receitas em http://on.fb.me/1Z8mIo9
(Retirada de “Receitas e Sabores dos Territórios Rurais”, editado pela Minha Terra - Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local, disponível em bit.ly/1NlkqxU)
A lenda
O caldo de pedra
Um frade andava no peditório. Chegou à porta de um lavrador, mas não lhe quiseram aí dar nada.
O frade estava a cair de fome e disse:
-Vou ver se faço um caldinho de pedra.
E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para ela, como para ver se era boa para um caldo.
A gente da casa pôs-se a rir do frade e daquela lembrança. Diz o frade:
-Então nunca comeram caldo de pedra? Só lhes digo que é uma coisa muito boa.
Responderam-lhe:
-Sempre queremos ver isso.
Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, pediu:
-Se me emprestassem aí um pucarinho...
Deram-lhe uma panela de barro. Ele encheu-a de água e deitou-lhe a pedra dentro.
-Agora, se me deixassem estar a panelinha aí, ao pé das brasas...
Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, disse ele:
-Com um bocadinho de unto é que o caldo ficava a primor!
Foram-lhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa pasmada com o que via.
O frade, provando o caldo:
-Está um nadinha insosso. Bem precisa duma pedrinha de sal.
Também lhe deram o sal. Temperou, provou e disse:
-Agora é que, com uns olhinhos de couve, ficava que até os anjos o comeriam.
A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves. O frade limpou-as e ripou-as com os dedos e deitou as folhas na panela. Quando os olhos já estavam aferventados, arriscou:
-Ai! Um naquinho de chouriça é que lhe dava uma graça!...
Trouxeram-lhe um pedaço de chouriço. Ele pô-lo na panela e, enquanto se cozia, tirou do alforge pão e arranjou-se para comer com vagar. O caldo cheirava que era um regalo.
Comeu e lambeu o beiço.
Depois de despejada a panela, ficou a pedra no fundo.
A gente da casa, que estava com os olhos nele, perguntou-lhe:
-Ó senhor frade, então a pedra?
-A pedra... Lavo-a e levo-a comigo para outra vez.
E assim comeu onde não lhe queriam dar nada.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.